WP17 – FabCeram3D
A indústria cerâmica é um setor relevante no tecido empresarial nacional, com uma ampla variedade de produtos fabricados para diversas utilidades. Assim como muitos outros setores, é necessário revitalizar-se para tornar-se mais competitivo, reduzindo o desperdício de matérias-primas e energia.
Para superar esse desafio, a solução envolve o desenvolvimento de novas tecnologias produtivas de fabrico direto digital, como fabrico aditivo e outras tecnologias de acabamento, adaptadas à cerâmica utilitária. Isso proporcionará maior flexibilidade produtiva, permitindo a produção industrial de componentes geometricamente complexos e com qualidade superior, o que seria impossível ou muito demorado de realizar de forma tradicional.
O projeto visa o desenvolvimento de sistemas de produção e a adequação de matérias-primas cerâmicas para implementar e preparar os processos de fabrico das empresas de cerâmica do futuro. Atualmente, os sistemas produtivos de produtos cerâmicos “houseware” ainda estão muito centrados em métodos do último século, como a moldação por compressão ou “slipcasting”.
Com o avanço das tecnologias de fabrico direto digital, em particular o fabrico aditivo, esses sistemas estão sendo orientados para a produção em série de peças/produtos, em vez de apenas protótipos.
Os sistemas propostos baseiam-se no conceito “robot casting”, com a capacidade de extrusão de dois tipos de material: um para o produto cerâmico e outro para os suportes. Atualmente, não existem soluções funcionais e eficazes para a separação fácil do produto produzido via fabrico aditivo em robot casting dos suportes. A não produção de suportes é uma abordagem comum para evitar esse problema, mas isso limita as geometrias a serem produzidas, restringindo-as a formas mais simples ou com ângulos de parede menores.
Portanto, torna-se vital buscar alternativas que apostem na diferenciação e afirmação dos produtos cerâmicos, incrementando a qualidade, design e inovação tecnológica, tanto em produtos quanto em processos. Esses fatores, combinados com um “time-to-market” reduzido, terão reflexos positivos na produtividade, sendo determinantes para a sobrevivência do setor industrial e para a sustentabilidade ambiental.